domingo, 25 de dezembro de 2011

Deus segundo Spinoza

"Para de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças éque saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes,cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmoconstruíste e que acreditas ser a minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, naspraias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algomau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.
O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teuamor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que tefizeram crer.
Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a vercomigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar deteus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem meirrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, denecessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culparse respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por serescomo és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugarpara queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo restoda eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?
Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas sãoartimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.
Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. Aúnica coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teuestado de alerta seja teu guia.
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nemum ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que háaqui e agora, e o único que precisas.
Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não hápecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar umconselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua únicaoportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não hánada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se fostecomportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se tedivertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?
Para de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não queroque acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintasem ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quandoacaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.
Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato?Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.Te sentes olhado, surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é ojeito de me louvar.
Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que teensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estásvivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas demais milagres? Para que tantas explicações?Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é queestou, batendo em ti."

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

nem comer, nem coçar

Quisera eu comer e poder ter a tranquilidade do cochilo à beira-mar.

Quisera eu que toda minha fome fosse de pão e não de chão, culhão.

Mas forte serei então me alimentando tão somente de música e de mãos.

Falirei o artificial e farei da minha força vital o sangue da natureza em seu pleno vigor real.

Digerir o plural!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Teatro de sonhos

Consciente do meu corpo consistente
Curto meus passos ordenados
No preto
No branco
No raso
Na linha

No limite da rua, crua
Nua de tanta lua!
Cria-se um teatro de sombras
Em seus muros nocivos

Numa devida realidade
Que tudo contorna
Nada entrega
Da relva, da selva

Simula e preserva
A identidade daquele que passa
Pelo muro da rua
Cúmplice da impressão

Censurada e desnuda
pela a lua
e pela lua
aluar

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Contos áridos e delirantes em papel suado, chorado. Vozes de mil anos que estão por vir, das mais novas formas de vida que se formarão. Formas imperceptíveis aos olhos, inofensivas e que cheiram à repolho. Roxo. Mas que gritam em ambos os hemisférios.

Milhares de passos flutuantes na atmosfera pastosa, sobrea e de forte apelo sexual, viral, nominal; cancerígena em sua carícia. Gosto de limão, vitamina C azeda!

Caudas de macacos enroladas em sua parabólica – vão entrar pela sua janela, arrombar sua porta, engessar três pés da sua cama e servir um cafezinho na sua privada. Até porque, chá das cinco me dá muita dor de barriga e com o pão de ontem dá pra fazer farinha também. Só pra dar liga. Purê. Ideias amassadas, amareladas com manteiga. Fritam... as ideias a noite toda sem dormir.

Enfim, balançando em meu berço de folhas de jornais debaixo do viaduto, embrulho o pé direito no caderno de economia preparando-me para frente fria que vem por aí! Segurem! Todos juntos! Com sua esmola lhe asseguro a mão de Deus... que não sei porquê mas parece estar chateado comigo ultimamente. Sua alteza! Gerônimo! Bem vindo ao mundo!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cabeleira

Disseram que eu devia usar vestido
pra poder cantar bonito e todo mundo me notar

de calça jeans e um cabelo bem curtinho
nao era mesmo o tipo que subia no altar

Agora vejo que não mais que de repente
não me tratam diferente só por ter um cabelão!

Que coisa doida esse povo que não sente
enjaulado pelo pente e enrolado pelo não!

terça-feira, 29 de março de 2011

sonhos

Caudas da noite entram pela janela. Cutucam meus pés, meu estômago..
minha mão

Flechas perdidas e corroidas pelo tempo.
Apodrecidas; Soltas no espaço..
Ferpas de desejo

Cores que brotam por um estálo metálico