sábado, 28 de março de 2015

que que a gente tá fazendo aqui mesmo?
pra dizer, sabe que perdi meu jeito
sabe-se lá quem olhou
ou que entende
que eu guardo aqui um buraco enorme
as vezes não dá nem pra olhar
porque alí me somem as formas
mas eu encano
aí viro um olho na lupa
que o sol mergulhou e furou
e esfregando os olhos, amoleceram, derreteram
foram descendo pelo queixo,
pintando o corpo de um marrom acinzentado, linhas grossas
numa cor que misturou demais

e vai descendo a gosma
que agora escorre os mamilos
se perguntando porque tanta insegurança
surfou uma onda nos quadris.. já pensou ?
em quantos sorrisos deu sem dar
vergonha
e segue descendo, escorrendo junto do que foram olhos
pensando..
rodopiou até a virilha, melou e pintou os pelos
de tinta marrom acinzentada
embrenhada no calor e na saudade úmida
e nas coxas escorreu pra dentro
toda grossa, vagarosa
e contornando o joelho esquerdo
porque que que a gente tá aqui
nem lembrou direito
e já chegando no pé,
preencheu o vão dos dedos
mas não o do no peito