terça-feira, 21 de agosto de 2012

Desço a rua no vento que vem de mim,
maior que a rua
Cabelos balançam como notas soltas,
bem à vontade
A árvore imóvel é a foto de uma dança
de uma noite de lucidez
Danço com ela
A poesia que sustenta seus galhos
é maior que meu dizer
Por isso o canto
Um prazer imenso me toma
por ser o sentir
Por isso eu preciso cantar mais alto
por entre uniformes e papo de butique
Sigo em frente
Então, a árvore constrange outra palavra
e sopra uma folha no ar
E eu quis mostrar aos que aguardavam o ônibus
Que a árvore ao lado gemia de tão linda!