quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O que fazer?

O que fazer...
O que fazer com essa cenoura orgânica no prato? Comê-la, claro. Mas a ideia de comer uma cenoura orgânica é permeada de muitas idéias.
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Meu eu era permeado de outros, muitos outros.. Qualquer afago seguido de camurça preenchia grande espaço no meu universo. O verdadeiro entojo nas tripas veio quando cada vez menos encontrei no outro um voo fértil. Simplesmente por ter encontrado em mim um vulcão sendo degustado num canudinho. Então, claro, não viveria esse frescor sem antes explodir.

E quando finalmente enxerguei minhas paredes demolidas, alicerces altivos e tão perfeitamente tortos, minhas crateras sedentas, vi a camurça se desfazendo com minha primeira erupção. Eis que esta tardou mas não falhou. Uma benção à custo de um drástico declínio quantitativo em minhas relações ditas sociais. Um alívio, afinal.
Serei eu uma grande charada de mim mesma?
Serei eu, agora que sinto tudo imerso num mundo volátil, fadada a passar meus dias procurando algo bom para viver e assim ter um morrer mais bonito?

Fui fisgada a fundo pela sola do pé!

O que fazer quando viver nesse mundo só me dá dor nas costas?

O que fazer quando egoistamente sonho em encontrar um oásis cheio de seres que não abram mão de seus pés?

Bom, tais inquietações creio não serem nenhum privilégio...

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Entorta que vai

Uma mochila surrada que lamenta como um jacaré sorridente: a chave para começar. O sensorial atento é enfeitiçado e então permite-se um hiato num dia tão cheio de objetivos. Qualquer que for a flatulência, será aceita. Um segundo vivido a cada minuto! Como vai depressa essa tranquilidade... Amo ser essa estante e não comportar mais tanta tranqueira. Quero uma faxina por aqui, cair de boca no chão e cair com tudo pra fora.

Pois, não né? Reclamamos do frio quando está frio e do calor quando deliramos... não é assim que nos arrastamos? Administro toda essa latência com um velho molde deformado. Saia daqui! Não tapará meu sol com a peneira, deixe... Minha parede, meus silêncios penosamente rabiscados.

Ossos, vidas, leite em caixa, todos pelo chão de terra. TERRA. Terra que perfumaram com gritos loucos da tirania. Massa falida. Massa encefálica. Falo. Acéfalo. Abutre. Aborígene. Pinga na pia.
Os joelhos deixam marcas nas calças usadas. Pêlos tentam conquistar seu lugar fora da calcinha, furá-la, vencê-la. Calcinha de lycra não é legal, definitivamente.

Hoje ouvi em algum lugar da minha cozinha: "imagine só, depilação anal!".. Sabe o que eu acho? Montes de azeitonas pretas e labaretas pegando fogo dentro de mim. Quase um mexidão, por conta da casa. Vem chegando e fique à vontade. Temo que tenhamos tudo pra dar e vender! Afinal de contas.. e.. que contas são essas mesmo? Bom, dá licença que eu pago as minhas! Então babo onde me der na telha, inclusive nesse seu chihuahua de lacinho cheiroso.

Fez que num fez, acabou não "fondo".
"Nice" daqui, "do, ré, mi" de lá.

"Excuse me!" pendurado (aquele) na cruz e no rabo de saia. "Toda", diria a velha banguelona, "acenda esse esqueiro para fazer desse pernilongo falido mais uma estrela morta".

E ele existe?